Dois estudos – um sobre o impacto da indústria da comunicação na economia e outro sobre o comportamento de consumo da nova classe média – foram divulgados e discutidos na última reunião do ano da Abap realizada nesta sexta-feira (25) reunindo os presidentes de 18 capítulos da entidade.
Entre os assuntos em pauta, entraram ainda a apresentação às regionais da Abap do movimento “O futuro promete. Eu quero chegar lá”. “A ideia agora é que os capítulos apoiem a campanha, veiculando-a em seus mercados e estimulem agências e anunciantes locais a participarem”, disse Luiz Lara, presidente da Abap. O balanço da reunião incluiu uma avaliação positiva do mercado este ano e a perspectiva de crescimento de 9%. “Crescemos sobre uma base muito sólida construída em 2010, que foi um ano excepcional. Por isso, mais do que o número, importa a constância do crescimento”, disse Lara, destacando o bom desempenho de segmentos como higiene e cosméticos, automóveis e das mídias digitais. “Foi um ano bom também para os jornais, que se beneficiaram com a força do mercado imobiliário, para as revistas e a TV a Cabo. E, claro, para a internet”. Lara disse que não foi debatida na reunião nenhum projeto mais polêmico a ser defendido pela Frente Parlamentar de Comunicação junto ao Congresso. Quanto à iminente proibição total da presença de publicidade de cigarros nos pontos de vendas, o presidente da Abap disse que a entidade já não comenta o tema. “É um tema controverso e faz tempo não nos pronunciamos a respeito. Continuamos defendendo a propaganda nos demais segmentos”, limitou-se a comentar.
Na próxima quarta-feira (30) haverá uma nova reunião do ForCom (Fórum Permanente da Indústria da Comunicação), com presença da Abap, para conversar sobre a pauta do 5º Congresso Brasileiro da Indústria da Comunicação, que será realizado em São Paulo entre 28 e 30 de maio, com a participação de 37 entidades. A Abap também apresentou resultados de uma pesquisa realizada pelo IBGE para avaliar as agências de publicidade e promoção. De acordo com Marcelo Diniz, assessor de pesquisas e projetos da entidade, “com os dados que coletamos, podemos comparar a gestão dos nossos negócios e a nossa experiência com as tendências do mercado anunciante e seus prestadores de serviços. Poderemos encontrar novos caminhos para orientar o planejamento de nossas empresas”. É importante destacar que os dados são de 2009. No entanto, Lara não acredita em grandes disparidades em relação à realidade atual. O que pode ter havido é o crescimento desse mercado nos últimos dois anos.
Entre agências de publicidade e de promoções, o mercado tem hoje 1558 empresas com 10 ou mais pessoas ocupadas entre sócios, funcionários e colaboradores fixos, com uma receita líquida de R$ 9 bilhões. O comissionamento via veículos e fee rende R$ 3,4 bilhões e sobre produção, promoções e serviços internos rende R$ 5,4 bilhões. As agências de propaganda são ao todo 626 – sendo que destas, 262 prestam também serviços próprios de promoção de vendas, assessoria de marketing e organização de eventos – e tiveram uma receita de R$ 5 bilhões, o que representa 28% das receitas totais do segmento. Essas empresas ocupam 21.490 pessoas - o que dá uma conta de R$ 233 mil por pessoa ocupada. “As agências que mais geram receita e correspondem por 53% dela são as que tem entre cinco e 20 anos de existência. E as agências com mais de 50 pessoas ocupadas respondem por 64% das receitas”. Na área de promoção, são 841 empresas, que ocupam 43.353 pessoas e têm receitas de R$ 3,6 bilhões, algo como R$ 83 mil por pessoa ocupada. Quanto ao volume de receitas geradas por diferentes perfis de agências e anunciantes, 56% é gerado por empresas privadas multinacionais, 27% vem de multinacionais, 14% de Governos e estatais , 2% de publicidade legal e 1% de campanhas políticas.
(Claudia Penteado | propmark)
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