O painel “Estratégias de atuação regional das marcas nacionais e globais”, apresentado pelo gerente regional de marketing da Coca-Cola Brasil, Luiz Lotito, que aconteceu na 2ª edição do Fórum Mercados Brasileiros, demonstrou a fragilidade da relação entre agências regionais e anunciantes e quase terminou em bate-boca na tarde desta terça-feira (27), em São Paulo. Lotito apresentou o case do Guaraná Jesus, um fenômeno de vendas no Maranhão e que a Coca-Cola comprou em 2001. O executivo da Coca-Cola levou ao palco um dos publicitários da Dia Comunicação, que fez a campanha de relançamento do refrigerante na região. Após a apresentação, um dos integrantes da plateia perguntou ao executivo por qual motivo a Coca-Cola escolheu uma agência fora do Maranhão para realizar a campanha, questionando que a agência não conhecia o público local. Ele colocou ainda que a contratação de agências locais para campanhas fora do eixo Rio-São Paulo é a principal bandeira da regionalização da propaganda.
Constrangido, Lotito respondeu que há uma certa dificuldade de encontrar qualidade no trabalho das agências regionais. “Procuramos agências locais, mas em muitos casos não tivemos a resposta de agências regionais para suprir as expectativas. Algumas são parceiras nossas há vários anos, mas a gente precisa de entrega de solução, que o briefing seja compreendido e retorno de custos no prazo”. A partir daí, a plateia, composta principalmente por representantes de agências regionais, se manifestou. Ana Celina, presidente do Sinapro/CE , se disse preocupada com a desqualificação das agências do Nordeste colocada pelo executivo da Coca-Cola. “Lamento muito que não tenha chegado até você [Lotito] o que as agências locais têm de melhor”. Após o debate tenso, foram apresentados também os paineis “A regionalização das verbas federais pela Secom-PR na prática e sua evolução” e “A importância dos mercados regionais para o sucesso da Copa do Mundo de 2014”. O II Fórum Mercados Brasileiros, cuja tema este ano foi “País rico é país regionalizado”, foi realizado pela Fenapro e pela ABA. (propmark | Foto Rafaela de Mello)