Aproveitei o feriadão para reler o livro "Na pele de quem paga", uma coletânea de artigos do mestre Rodolfo Lima Martensen, fundador da ESPM, organizada por Julio Pimentel e editada pela ESPM e Editora Referência. Lá, entre muitas outras, encontrei uma preciosidade que precisa ser difundida porque trata do eterno problema do atendimento. Selecionei um trecho que merece especial reflexão. Importante: o texto é de 1963, mas continua atualíssimo.
"Os anunciantes que estão se saindo bem na dura seleção que se processa no mercado são homens que, mesmo sem grande cultura publicitária, têm grande valor, pois demonstram possuir capacidade de liderança, de iniciativa e adaptação. Ora, são qualidades preciosas que possibilitam um perfeito entendimento com um profissional de propaganda bem-intencionado.
Importante é que o publicitário saiba lidar com esses homens. É precisso que se respeite a sua posição de lutadores. É imprescindível que não se demonstre apenas conhecer as tecnicalidades da nossa especialização, mas também os problemas básicos do cliente. No momento em que ele perceber que somos senhores de sua situação econômica, industrial e de vendas, e que bem interpretamos suas angústia de competição e desenvolvimento, teremos conquistado a sua confiança e, atrás dela, virão o respeito e a simpatia. Não há homem que seja tão intolerante a ponto de não parar para ouvir alguém que tenha algo de realmente útil a lhe comunicar. Não basta que seja interessante. É preciso que seja útil, isto é, objetivo, funcional, oportuno.
Foram-se os tempos em que muitos negócios de agências eram feitos por profissionais de atendimento que se especializam em roupas, boa conversa, bom fígdo e bons endereços. Hoje essas falsas estrela estão sendo substituídas por homens de mentalidade adulta, com os os pés firmes no chão e o pensamento alto, nas reais necessidades do cliente. Está aí um tipo difícil de encontrar. Profissionais assim não se improvisam. Precisam ser cuidadosamente selecionados para depois serem treinados com bastante tempo e perícia. Demora. Mas, quando se formam, não há grosseria de cliente que os abale, pois saõ profissionais seguros de seus conhecimentos. Sabem colocar-se acima das pequenezas humanas e têm uma atitude simpática para com as deficiências e problemas alheios. Daí vem a sua autoridade. Autoridade por direito de conquista."
Deixe seu comentário