Alguns anunciantes vêm tentando abaixar o preço em vez de se pautarem pelo trabalho, mas as agências e veículos precisam extrair o que tem de melhor sem reduzir o valor”, disse. O Cenp regulamenta as agências de propaganda em dia com as normas técnicas e, atualmente, conta com 2,5 mil empresas certificadas.
Em meio às explicações do presidente do órgão, foram apontados desvios de conduta praticados no mercado, como o dos veículos darem “by-pass” na agência e negociar preço diretamente com o anunciante com valores e descontos-padrão diferentes dos tradicionalmente praticados. Para tentar eliminar essa prática, condenada pelo Cenp, Barsotti explicou que o órgão criou um depósito e banco único de preços de veículos, visíveis aos seus filiados. Além do modelo de negociação baseado no tripé veículo-agência-anunciante, outras denúncias do mercado surgiram no encontro. “Estamos falando de coisas graves, como um anunciante que tem departamento interno de propaganda, desenvolve toda a campanha e chama a agência apenas para ‘claquetar’ o nome dela no material já produzido.
E há agências e veículos que aceitam isso”, ressaltou. Outros “atentados” contra as boas práticas do mercado também foram citados. Helena Zóia, advogada há mais de 50 anos no mercado publicitário, chamou a atenção para a falta de punição a anunciantes que forçam o preço para valores muito abaixo da realidade. “Tenho reiterado que advirtam também o anunciante, pois agência nenhuma ganha pouco porque gosta, mas tem a sua sobrevivência em jogo”, pontuou a advogada, que crê que veículos e anunciantes fazem da autorregulamentação uma “tábua rasa” e mostra até as instituições públicas como vilãs nesse aspecto, uma vez que essas estão legalmente amparadas para dizerem que houve um vilipêndio de verba pública durante as negociações, e empurrar a margem das agências a níveis impraticáveis. Apesar de reconhecer a delicadeza da situação, Caio Barsotti voltou a reiterar que a autorregulamentação é o melhor caminho para um mercado justo. “O Cenp existe para tentar proteger as agências de negócios espúrios, como o de um anunciante querer pagar R$ 100 por peça mais 10% do valor de mídia. Condições como esta está criando um problema para todo mercado”.
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