Cerca de 196 mil empregos diretos e 239 mil indiretos são gerados pela indústria publicitária no país, segundo levantamento da consultoria Deloitte a pedido do Conselho Executivo das Normas-Padrão (CENP). “Estima-se que a contribuição da publicidade para a economia brasileira tenha sido em torno de R$ 418,8 bilhões em 2020”, diz o relatório.
A publicidade é vista pelo brasileiro como uma forma de obter informações sobre produtos e serviços, e também sobre novidades, comportamentos e tendências. “Os brasileiros gostam da publicidade que prende a atenção pelo entretenimento, pela dose de arte ou pelo humor. Propagandas frequentemente se tornam parte de conversas sociais, e as pessoas comentam sobre elas com amigos e familiares”, diz um dos 49 presidentes de agências entrevistados.
A TV aberta é a mídia de maior alcance junto à população. Os investimentos vêm sendo diversificados, em mais meios e mídias, mas a TV ainda prepondera. E o OOH e as mídias online estão ocupando, cada vez mais espaço.
“O Brasil possui uma audiência altíssima na TV, com um alcance diário semelhante ao maior evento transmitido pela TV americana, o Super Bowl. Mesmo que parte dos investimentos em publicidade na TV sejam redirecionados para outras mídias, este ainda será um meio relevante para dialogar com o público brasileiro”, afirma outro entrevistado.
Outra constatação da pesquisa é a importância da regionalização. Há lugares em que agências locais se sobrepõem às nacionais. “Os meios de comunicação locais têm maior conhecimento e conexão com o público, possibilitando um melhor direcionamento dos anúncios. São muitos os casos em que marcas locais dominam mercados, enquanto aquelas nacionais ocupam um segundo plano. Além das vantagens logísticas, como facilidade de distribuição, as marcas locais se destacam pela proximidade com os consumidores e pela contribuição para a identidade cultural da região. Esses fatores demonstram a riqueza e heterogeneidade do mercado publicitário brasileiro, que utiliza de diferentes estratégias e canais para dialogar com o consumidor”, prossegue o relatório.
Como toda a economia, o setor publicitário tem sofrido os impactos sociais e econômicos gerados pela pandemia de Covid-19. Mas a publicidade, que já vinha se reinventando para se adequar aos novos hábitos do consumidor, teve esse processo intensificado, incorporando novas plataformas, temáticas e formatos, para fazer a mensagem dos anunciantes chegar aos consumidores.
“Durante a pandemia, o brasileiro passou a usar mais a internet e a consumir streaming de vídeo e de música”, disse um presidente de agência de publicidade. O que é verdade, mas o estudo mostrou também que a pandemia fez o brasileiro aumentar o tempo em frente à TV (8 h/dia), elevação de 1h40 sobre a média de 2019. E o jornalismo (30%) se sobrepôs às novelas (20%), como conteúdo mais assistido no início da pandemia.
A constatação do aumento de anúncios nos meios online levou um presidente de agência publicitária a afirmar: “Nos próximos anos, as mídias offline devem migrar para uma plataforma digital. A TV, por exemplo, ganhará força ao se unir ao streaming de conteúdo”, informou a pesquisa.
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