Um evento realizado ontem, 11, em São Paulo pelo Lide (Grupo de Líderes Empresariais) e pela ABAP com apoio da ABA, reuniu representantes do mercado de comunicação, da indústria e do comércio para discutir atitudes positivas que devem ser tomadas para enfrentar a crise.
Jorge Gerdau Johannpeter lembrou que em um a crise financeira como a atual "ninguém escapa". "Não há nada mais global do que as finanças". Para ele, a receita para se ajustar a essa realidade é maximizar a eficiência e poupar. Apesar de acreditar que o BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) vão sofrer menos do que a Europa ou os Estados Unidos, Johannpeter criticou o setor público por não poupar. "Quarenta por cento do PIB (que correspondem ao setor público) não podem fazer de conta que o problema é com os outros 60% (relativos às atividades privadas)".
Já Ivan Zurita, o presidente da Nestlé, reforçou que neste momento é importante tomar decisões rápidas e frisou que a empresa continuará a investir no Brasil. Segundo o executivo, a Nestlé está em negociação para adquirir duas novas empresas do setor de alimentos. Pedro Parente, da Grupo RBS, lembrou que 60 dias atrás ninguém diria que viveríamos a situação atual. "Infelizmente, eventos de probabilidade zero acontecem". O executivo disse ainda que a economia privada, quando age no sentido de reduzir gastos, contribui para agravar eventuais sinais de recessão.
Sob o tema "O Papel da comunicação para vencer a crise e fortalecer o mercado?, Luiza Helena Trajano, presidente do Magazine Luiza, mostrou que com criatividade pode-se driblar momentos difíceis. Com uma ação intitulada Dia de Ouro, em um domingo de outubro, após a "pior semana do varejo brasileiro", conseguiu ter filas em frente às suas lojas no interior de São Paulo. Luiza disse que estuda a possibilidade de ampliar a sua verba de publicidade, ressaltou a força do meio rádio e criticou o modelo de remuneração das agências. "Não estou falando em diminuir ou aumentar o quanto as agências ganham, e sim em rever a forma como são remuneradas".
O último palestrante do encontro foi o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. Ele afirmou que, em tese, não estão sendo repetidos hoje erros da crise de 29 e que os Bancos Centrais estão fazendo uma política agressiva de liquidez. "A crise tem componentes diferentes em países diferentes e precisa de remédios diferentes".
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