As entidades envolvidas no I ForCom - Fórum da Indústria da Comunicação, realizado no dia 27 de maio, em São Paulo, finalizaram a carta que resume os propósitos e principais conclusões do encontro. Adiado pela quantidade de sugestões recebidas, o documento oficial ficou pronto na semana passada e deve se tornar público nos próximos dias. O texto inclui tópicos que já haviam sido divulgados, como a estimativa de faturamento da indústria da comunicação em 2008, e reforça outras preocupações comuns a todos os envolvidos, como a defesa da liberdade de expressão comercial e da auto-regulamentação - sem citações ao Conar e ao Cenp. Um dos pontos mais polêmicos da reunião do mês passado, referente à atuação das mesas de compras dos anunciantes, também é abordado de forma genérica. Apelando para a necessidade de "equilíbrio de toda a cadeia", e sem citar nominalmente as mesas de compras, a carta manifesta "apreensão com a sustentabilidade financeira de setores relevantes da indústria, ameaçados por formatos de cotação sem afinidade com os serviços prestados e pela sua conseqüente compra por valores anti-econômicos".
O ForCom reúne as entidades representativas de todo o mercado, que estiveram envolvidas no IV Congresso Brasileiro de Publicidade, realizado em julho de 2008, e pretende ser uma instância permanente, com pelo menos uma reunião anual, para dar prosseguimento e aprimorar as proposições feitas durante o evento do ano passado.
Além disso, o ForCom tem a missão de não deixar que o diálogo entre as lideranças do setor volte a ficar disperso e de ditar os próximos passos da ação conjunta e permanente com vistas ao fortalecimento e desenvolvimento de toda a indústria.
Leia, a seguir, a íntegra do documento que será oficialmente divulgado ainda nesta semana:
A Indústria da Comunicação
Formada por uma grande cadeia composta por veículos (TVs, rádios, jornais, revistas, mídia exterior, digital e outros meios), agências de todas as disciplinas e fornecedores de serviços especializados, a Indústria da Comunicação - protagonista e motivadora do desenvolvimento econômico e sociocultural do Brasil - movimentou, em 2008, R$ 57,4 bilhões de reais, através de mais de 100 mil empresas que empregaram quase 700 mil pessoas (dados IBGE referentes ao ano de 2005).
O Fórum Permanente da Indústria da Comunicação
O ForCom, foi criado por recomendação unânime do IV Congresso Brasileiro de Publicidade, o qual reuniu em julho de 2008, 1.650 delegados, entre empresários, profissionais de todas as áreas da comunicação, jornalistas e representantes da academia. A missão do ForCom é o fortalecimento e o desenvolvimento da Indústria da Comunicação no Brasil, zelando pelos interesses legítimos de todos os setores que a compõe, inclusive dos mais de 150 mil jovens que estão matriculados nas escolas de comunicação em todo o país.
Carta do I ForCom
Reunido em 27 de maio de 2009, na cidade de São Paulo, o I ForCom com quorum de 108 líderes setoriais e profissionais, representando 32 entidades integrantes da Indústria da Comunicação, debateu sobre temas de interesse do setor e da sociedade brasileira e, através desta carta, torna públicas as suas conclusões:
1. O ForCom acompanha com atenção e preocupação a todos os movimentos que vêem ocorrendo em alguns países da América Latina e que comprometem ou podem vir a comprometer a liberdade de expressão e a independência dos meios de comunicação.
2. Igual atenção e preocupação estão sendo dedicadas aos mesmos temas no Brasil, sobretudo no que se refere à liberdade de expressão comercial, ferramenta legítima da livre iniciativa e fundamental para a independência financeira - e, portanto, editorial - dos meios de comunicação.
3. O ForCom reafirma sua convicção de que a auto-regulamentação, adotada no Brasil há mais de trinta anos, é o mais moderno, democrático e eficiente instrumento regulador do conteúdo das mensagens, a partir da livre manifestação e participação da sociedade brasileira.
4. O ForCom, atento ao equilíbrio de toda a cadeia, manifesta apreensão com a sustentabilidade financeira de setores relevantes da indústria, ameaçados por formatos de cotação sem afinidade com os serviços prestados e pela sua conseqüente compra por valores anti-econômicos.
5. O ForCom reitera o dever de obediência e respeito às normas setoriais democraticamente debatidas e aceitas, e que estabelecem as boas práticas nas relações comerciais entre empresas do setor e seus clientes.
6. O ForCom se propõe a promover a aproximação cada vez maior entre a academia e o mercado, com vistas a uma permanente melhoria na formação dos futuros profissionais e ao aprimoramento dos serviços prestados pelas empresas dos diversos setores da comunicação, em benefício dos clientes, dos consumidores e de toda a sociedade.
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