Jornais de todo o Brasil estão se segurando como podem neste começo de ano. Estão na expectativa do que pode acontecer. Na semana passada, o IVC informou que a circulação dos jornais aumentou 5% em 2008 – número inferior a 2007 e 2008. Para este ano, não se podem fazer previsões. Sabe-se, porém, que a publicidade no meio deve permanecer estagnada. Apesar de um estudo do Zenith Optimedia, do Grupo Publicis, trazer previsões de um crescimento de 30% em 2009, para o mercado publicitário brasileiro, o vice-presidente da Fenapro, Humberto Mendes, diz que a previsão é um tanto otimista e pretensiosa. “O mercado pode crescer, mas acredito que não nesse nível. Esse é um momento que ainda não dá para prever o que vai acontecer”.
A Casas Bahia, a principal anunciante do mercado publicitário no Brasil, prevê a mesma meta de faturamento de 2008 para este ano, R$ 13,7 bilhões. O faturamento é o principal indicativo para o aumento da verba publicitária. A Ford, quinta maior anunciante do país, aumentou seus gastos com publicidade em 20% nos últimos três anos. Entretanto, para 2009, prevê revisão nos contratos. “Com a pressão dos custos, ainda estamos negociando os contratos, mas vamos manter os investimentos nessa área", disse o gerente de marketing da Ford, Antonio Baltar. Os três maiores anunciantes do país (Casas Bahia, Unilever e Fiat) devem manter o mesmo nível de investimento do último ano.
Ricardo Nabhan, presidente da Fenapro, afirma que recente levantamento feito pela entidade com as agências regionais mostra que alguns estados começam a sentir mais os reflexos da retração econômica, como é o caso do Espírito Santo, em função das empresas de siderurgia, e do Pará e Paraná, basicamente por causa do setor do agronegócio, que reduziram seus investimentos. Mas o executivo destaca que a presença do poder público na mídia está garantindo a manutenção dos mercados regionais. “O grande anunciante desses mercados é o poder público”. Nabhan salienta que os Sinapros também estão buscando alternativas locais, no sentido de reunir representantes da indústria, dos veículos e de agências para buscar caminhos para melhores negociações e atenuar os efeitos da crise.
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