A jornalista Carolina Dantas conversou com Cátia Lassálvia , consultora de negócios digitais e professora convidada do “MBA em Mídias Sociais e Gestão da Comunicação Digital”, do Centro Universitário Una, de Belo Horizonte. Atua com marketing digital desde o ano 2.000. Em sua trajetória corporativa, passou principalmente pela Nec, Folha de São Paulo e ABN Amro Real, mas desde 2008 dedica-se à consultoria e ao ensino. Nos dias 2 e 3 de março, estará em Florianópolis para ministrar o curso “Inovação e uso estratégico das mídias sociais: muito além do modismo” , para a Clear Educação e Inovação, escola parceira do projeto Sinapro Capacita. Segundo Cátia, a ideia é aprofundar no tema e ir além do que se criou com a explosão do uso das novas mídias. Como é, afinal, utilizar de forma profissional as redes sociais?
O que você acha que uma empresa pode ganhar, além de visibilidade, criando estratégias para utilizar as mídias sociais?
Eu diria que a sua pergunta é quase o inverso: diria que as empresas atuam nas redes, monitoram as redes, estimulam as redes para obter feedback e ideias de seus consumidores, de seus prospects. Com isso, fazem
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pesquisa de mercado, têm ideias para inovação, monitoram a vantagem competitiva ou não de sua concorrência. Ou seja, essa é uma relação invertida de quem é presa e de quem é predador. As empresas que melhor usam as redes estão fazendo isso para reforçar, validar ou reposicionar sua estratégia de negócio. A rede se tornou um grande balão de ensaio, com apoio e legitimidade popular, e com variáveis vindas de todos os lugares. Um centro de análise, de relacionamento, de reforço de branding e de descobertas, a custos muito atraentes.
Quais redes sociais são mais importantes para a inserção de uma empresa?
Desconfio de todas as receitas de manual. Tem rede que é fundamental para uma empresa e que não serve para outra. Um negócio de varejo e baseado em promoção tem um apelo diferente de um negócio entre empresas. Então eu diria que existe um enorme cardápio digital, cujo item tem de ser selecionado com base em objetivos e estratégia.
O que é importante não fazer nas redes sociais?
O que não pode ser feito: tentar ser o que a empresa, a marca, a personalidade ou o produto não é. Isso vira um caos do dia pra noite, muito rápido mesmo para dar errado. Você, empresa ou personalidade, precisa manter transparência, conduta ética, assiduidade na conversa. Como na vida real, começar escutando e depois, se oportuno, falar.
Em quais circunstâncias você acredita que as redes sociais sejam apenas uma moda passageira, algo não consistente e supérfluo?
As ferramentas passam e mudam. A cibercultura fica. Esse fenômeno social está alicerçado em evoluções de tecnologia, em transformações de modelo econômico e de geração de ganho, e em comportamento. Isso não vai passar. O uso desmedido e sem noção das redes pode passar, como também a exposição demasiada da vida particular. Creio num momento de auto-regulação, pois cansa ficar vendo o que as pessoas comem e fotografam na hora do almoço o tempo todo. Isso pode passar e ser recriado em novas manias, do tipo memes como a Luiza. Mas a vida digital veio pra ficar e criar novos hábitos e valores. Os impactos estão em tudo, na visão de carreira, no modo como compramos ou como fazemos amigos.
Qualquer tipo de empresa pode ter uma estratégia digital relevante ou você acredita que alguns segmentos estão mais maduros para avançar nesta área?
Qualquer empresa pode ter sim a sua estratégia, e essa pode ser bem particular e minimalista até. Se a empresa já tiver uma estratégia a coisa anda, pois será só agregar o meio digital a algo maior – ela já sabe o que deseja fazer e aonde deseja chegar.
Qual perfil de profissional e quais formações mais colaboraram para que as redes sociais não sejam só um modismo, passageiro?
Todos os profissionais bem formados, críticos, multidisciplinares e que consideram que ler é mais do que olhar a homepage de um portal ou rede qualquer. As mídias sociais não são um fim em si mesmo, são um meio. Então ter conhecimento vasto sobre comportamento humano, economia, educação, tecnologia e uma boa visão sistêmica de tudo são diferenciais no universo digital.
O objetivo principal da capacitação é trocar ideias e experiências com a pretensão de oferecer subsídios e trazer luz a pergunta que está na boca de todos: o que se ganha ao estar ativo e presente nas redes sociais? O curso tem 12 horas de duração e acontecerá nos dias 2 e 3 de março em Florianópolis. Associados ao Sinapro/SC têm 30% de desconto. Clique para mais informações.
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